21/11/2024 08:35 - Fonte: Isabella Serena - Assessora de comunicação Arpen/PR
Enedina Alves Marques, a pioneira na engenharia feminina negra no Brasil, nasceu em Curitiba em 13 de janeiro de 1913. Desde cedo, enfrentou as barreiras impostas pelo racismo e pela desigualdade social, que restringiam o acesso a empregos, educação e direitos civis. Sua família teria vivido nos bairros Ahú ou Portão, na capital paranaense. Sua mãe, Dona Duca, trabalhava como lavadeira e, por volta de 1920, começou a prestar serviços para a família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho.
Após concluir o ensino médio em 1932, Enedina iniciou sua carreira como professora nas cidades de Rio Negro, Cerro Azul, Campo Largo e São Mateus do Sul, no Paraná, onde atuou entre 1932 e 1953. De volta a Curitiba, ingressou na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, em 1945, formou-se em Engenharia Civil. Tornou-se a primeira mulher engenheira do Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil, um feito registrado no periódico A República.
Além de suas conquistas acadêmicas e profissionais, Enedina se destacou pela luta social, inspirando mulheres e negros a ocuparem espaços tradicionalmente dominados por homens brancos. Trabalhou por mais de 40 anos no mercado, sendo contratada pela Companhia Paranaense de Energia (Copel). Contribuiu significativamente em projetos como a construção da Usina Hidrelétrica Capivari-Cachoeira, localizada na bacia do Rio Capivari, no Paraná. Em 1950, enfrentou a perda de sua mãe, Nhá Duca, um fato registrado no jornal Diário da Tarde.
Enedina dedicou sua vida a superar os obstáculos impostos pela sociedade e a promover a igualdade racial. Aos 68 anos, entre os dias 20 e 27 de agosto de 1981, faleceu em seu apartamento, na Rua Ermelino de Leão, 333, no centro de Curitiba. Sua morte foi atribuída a um infarto, sendo o dia 27 registrado no atestado de óbito, embora se estime que tenha falecido no dia 20.
A trajetória de Enedina continua sendo celebrada. Em 2023, foi homenageada pelo Google em sua página principal no dia em que completaria 110 anos. No bairro Cajuru, em Curitiba, uma rua leva seu nome. Ela também foi reconhecida pelo Memorial à Mulher, em que figura ao lado de 53 mulheres pioneiras de diversas áreas do conhecimento. Em Maringá (PR), foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, que reforça sua importância na luta pela igualdade racial. Em 2024, o então prefeito de Curitiba, Rafael Greca, com apoio do Centro Universitário Internacional (Uninter), inaugurou uma estátua de Enedina em uma das ruas mais movimentadas da cidade, próxima a um dos campi da universidade onde estudou, como forma de destacar a contribuição da comunidade negra para a construção da cidade.
Fonte: Assessoria de comunicação Arpen/PR