30/06/2025 13:38 - Fonte: Arpen/PR
Em 14 de junho de 2025, Dalton Jerson Trevisan completaria 100 anos. Nascido em Curitiba, cidade que foi cenário e personagem de grande parte de suas obras, o escritor é considerado um dos maiores contistas da literatura brasileira, principalmente por sua misteriosidade. Falecido em 2024, aos 99 anos, Trevisan construiu uma carreira marcada por textos, sempre sendo reconhecido por seu silêncio, já que o autor evitava entrevistas, aparições públicas e até mesmo fotografias, por isso, acabou levando o apelido do nome de um de seus livros O Vampiro de Curitiba.
Agora, no ano de seu centenário, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Paraná (ARPEN/PR) presta uma homenagem à sua memória, destacando sua trajetória. Tanto o registro de nascimento quanto o de óbito de Dalton estão arquivados no 1º Cartório de Registro Civil de Curitiba, o primeiro do estado do Paraná.
Em 1965, O Vampiro de Curitiba, consolidou-o como um escritor com fama internacional e foi de longe seu livro mais conhecido, com contos curtos, afiados e com personagens anônimos. O título acabou se transformando em seu apelido, já que o próprio sempre recusou a fama e se manteve afastado dos holofotes, gerando assim a curiosidade do público e da crítica.
Ao longo dos anos em que escrevia seus mais de 42 livros, Trevisan recusou prêmios literários, negou-se a aparecer em eventos públicos e não permitia a circulação de suas fotos atualizadas, gerando assim uma curiosidade de como ele era, onde morava e se estava vivo realmente.
Seu último depoimento público conhecido foi na década de 1970. Mesmo em 2012, quando recebeu o Prêmio Camões (o mais importante da língua portuguesa), recusou-se a participar da cerimônia. O silêncio, que para tantos artistas seria a principal dificuldade, foi para Trevisan uma estética, uma escolha. Sua obra falava por ele. E falava alto. As histórias do “Vampiro” geravam um humor ácido para os jornalistas, críticos e até mesmo para seus fãs.
Com o falecimento de Dalton Trevisan, em 2024, uma nova curiosidade veio à tona: tanto seu nascimento quanto sua morte foram registrados no mesmo local, o 1º Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de Curitiba. Com início de suas atividades em 1876, o cartório é o mais antigo do estado do Paraná e reúne parte importante da memória da população curitibana. No caso de Dalton, o cartório registrou seu primeiro e último suspiro, um ciclo completo entre literatura e realidade.
Suas obras seguem sendo lidas e relançadas. Enquanto fugia de qualquer reconhecimento público, conquistava os mais importantes prêmios literários do país, inclusive o Prêmio Jabuti, que venceu quatro vezes. O centenário de seu nascimento é mais que uma data comemorativa, que está sendo celebrada durante o mês de junho por diversas entidades que fazem esse convite à releitura de sua obra e à valorização da literatura curta, precisa e potente.
Fonte: Isabella Serena - Assessora de comunicação Arpen/PR