A celebração do amor e da união entre pessoas que optam por compartilhar suas vidas é chamada, no âmbito jurídico, de casamento. No Paraná, essa escolha tem se manifestado de formas cada vez mais variadas, refletindo as transformações sociais, culturais e jurídicas que alteram a maneira como a sociedade enxerga esse compromisso afetivo.

Em 2025, o estado registrou um total de 41.491 casamentos até o momento. Embora o número seja menor que os 60.220 casamentos realizados em 2024, ele demonstra que, mesmo diante de mudanças sociais e econômicas, muitas pessoas continuam escolhendo o matrimônio como símbolo de compromisso, segurança e celebração.

"Nosso casamento representa a concretização de um sonho e a confirmação do nosso amor para a nossa família e para quem conhece a gente", conta Isabela Bini, que se uniu a Christopher, em Curitiba, neste ano. Para eles, o casamento vai além de um simples registro em cartório: é um símbolo de pertencimento e reconhecimento. "Sentimos que nossa união é respeitada e valorizada por nós e por todos. Isso nos fortalece para organizar nossa vida", acrescenta Christopher.

Entre as mudanças mais significativas dos últimos anos está o crescimento dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em 2024, o Paraná contabilizou 696 uniões homoafetivas, o que representa um aumento de 20% em relação a 2023. Esse dado não é apenas uma estatística, mas traduz histórias de amor que, até pouco tempo atrás, não tinham amparo legal.

Foi o caso de Juliana e Gabriela, que, após apenas dois meses de relacionamento, decidiram formalizar a união. “Estamos juntas há pouco tempo para a sociedade, mas o que importa é o amor. Vimos a chance de fazer o que sempre sonhamos, então corremos atrás da documentação, e essa é uma história que vamos guardar para sempre.” Para elas, o casamento vai além de um ato legal: “É um símbolo de que nosso amor é importante e de que podemos criar nossa família com segurança e reconhecimento. Ter consciência de que outras pessoas estão fazendo o mesmo nos traz esperança.”

Esse crescimento reflete uma sociedade que se tornou mais inclusiva. Desde que o Conselho Nacional de Justiça autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2013, os registros no Paraná aumentaram 258%, demonstrando que o reconhecimento legal caminha junto com o avanço dos direitos civis.

Além disso, muitas pessoas escolhem viver juntas antes de se casarem, adiam a cerimônia por motivos financeiros ou optam por alternativas, como uniões estáveis e contratos de convivência. “O casamento continua sendo importante, mas a forma como ele é vivido mudou. Hoje, mais do que o papel, é o compromisso emocional e social que define a união”, explica Cesar Augusto Machado de Mello, presidente da Arpen/PR.

No primeiro semestre de 2025, já foram registrados 277 casamentos homoafetivos, confirmando a tendência de crescimento. “Casamento é, acima de tudo, sobre união e respeito. O registro em cartório é o reconhecimento legal, mas o mais importante é a relação construída todos os dias entre duas pessoas”, conclui Cesar.

Mesmo diante da redução nos números dos casamentos tradicionais, o Paraná celebra novas formas de amar, unir e formalizar relações, reforçando que cada história é única e que toda união merece ser respeitada.